sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

te amo

Dominick and Elliot, 1979, Robert Mapplethorpe


O teu cheiro

É o único que eu suporto

Sei que você também me suporta

Porque assim é o amor

Um jogo de tolerância

Na mais safada das relações de poder.

Não é?

O que é tudo isso, então?

O fogo aqui arde e as queimaduras são bem visíveis.

Dê uma olhada em como você me deixou depois da última trepada.

Sabe, agora vivo de te imaginar:

Só de bermuda, sem bermuda,

com aquela sua camisetinha filadaputa...

Sem nada, a não ser o cigarro e o pezinho balançando

Me olhando de olhos apertados

E eu adivinhando seus pensamentos

Com a bundinha empinada

E você vem de cigarro e pica acesos

Me pôr em brasa e prazer

Você sabe como se faz, não é?

Você sabe mais ou menos como eu gosto.

Porque o que eu gosto verdadeiramente é coisa

Tão incompreensível, meu amor.

Ah, essa louca existência...coisa ininteligível...

Meu amor, é assim, mais ou menos, que eu sou:

Tapas e cigarros, gozo e perdição.

Rio de um modo tão infantil quando penso que

És minha foda mais sem graça e a mais gostosa da minha vida...

Minha breguice colossal... minha peculiar sofisticação.

Amor da minha vida,

Sou tua maldição.

Maldito seja o acaso e aquela caminhada na Treze.

Maldito seja aquele meu ex-namorado* que me apresentou a você.

*como eu pude dar meu cú àquela moça?

Assim, condenados ao desespero e à infelicidade

Do vício do prazer,

Seguiremos,

Até o fim dos nossos dias,

Até que a vida nos separe.



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